quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A garota de vermelho carmim




Nunca fora alguém que pudéssemos chamar de antisocial, mas ainda sim ele gostava de ir pra lugares distantes, o mais isolado o possível. Num desses lugares, se eu não estiver enganado, nas ruínas da antiga estação de trem, fica ao sul da Avenida Sandri. Dizia ele que era um de seus lugares favoritos.
Não por ser quieto, nem tao pouco distante, mas por que lá ele a viu pela primeira vez...
Ele costuma ir la para desenhar, gostava daquela paisagem, dizia que havia mil coisas la, era só mudar um pouco o angulo e uma nova vista se formava, num desses, dias, acho que era inicio do outono.
contava ele que fica tudo alaranjado nessa época do ano, mas dessa vez estava tudo cinza, e em nada lhe agradava a situação. Porém entre um cigarro e outro, ele a viu...
Ela era esquia, alta, muito elegante, mas tinha um jeitinho de menina (não aparentava nem 20 anos ainda), tinha uma pele de um branco fora do comum, e lindos olhos verdes, semelhantes aos malditos olhos verdes que se cruzaram comigo, a pouco tempo atrás...
O dia continuava cinza, mas aqueles olhos, o carmim de sua blusa e de seus sapatos, eram tão vivos quanto as cores em dias de sol.
Ele rascunhou o mais rápido que pode, em poucas cores, surgiu a "Garota de vermelho".
Ele ficou a observando por horas, ate que ela partisse. 
Foi a primeira vez que ele não conseguiu falar com uma garota, ele era um cara bonito, tinha facilidade com as garotas, mas ela era diferente, ela era parte daquela paisagem, ele não sabia porque ela ia ali, mas não devia ser perturbada...
Por dias a fio ele continuou indo la, observando a, ela sempre em seus saltos carmins...
Repentinamente em um desses dias, ela veio na direção dele, estava vestida como no primeiro dia,
ela vinha cantarolando alguma coisa da "Carla bruni",  com a voz, mais doce que a própria.
Ela se aproximou, viu o desenho, estava ótimo, ela estava de costas, com os longos cabelos pretos ao vento...
Ela sentou se ao seu lado, sorriu lhe e um beijo deu, foi doce e singelo, bem ao contrario, do que John estava acostumado, aquele maldito libertno...Até na hora departir ele foi em boa companhia....
ele sabia que ao sair pela porta daquele hospital, que não tinha muito tempo...
 A duas coisas nessa historia que realmente me espanto:
A ultima conversa que Josn havia tido, que fora algo assim:
_Esta como medo de onde vai ir?
_Não me importa se eu vou para o inferno ou para o céu, desde que vá contigo...

A outra é uma duvida...Como eu sei dessa ultima conversa? Será que aqueles malditos olhos verdes, realmente sugaram a minha alma?










P.s.: agradecimentos especiais a Angelica Venturini que autorizou o uso do retrato acima ( é ela no retrato la no topo ), e ao Eduardo Souza por ter feito um trabalho bom batendo o retrato.


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